A atividade de investimento imobiliário vai voltar a crescer no segundo semestre deste ano, eventualmente antes da ocupação, num contexto de elevados volumes de liquidez e de procura latente e não-satisfeita.
É o que prevê o mais recente estudo internacional “The Signal”, da Cushman & Wakefield, segundo o qual fatores como os elevados volumes de capital, rentabilidades atrativas face a outras alternativas de investimento, uma forte procura latente e uma perspetiva otimista em relação à retoma, vão contribuir para a retoma do setor ainda este ano. A C&W prevê que o volume de investimento imobiliário global suba em 2021, fechando o ano 15% abaixo do nível de 2019.
Segundo a consultora, o interesse nos ativos de escritórios deverá recuperar na segunda metade do ano, bem como a hotelaria e o retalho, mas de forma mais lenta, e «partindo de uma base de valor muito baixa». As exigências de qualidade dos ativos serão mais altas, com especial foco na qualidade dos inquilinos e dos contratos de arrendamento.
Destaque também para a logística, cuja ocupação se deverá manter forte este ano, para o residencial para arrendamento e para a área da saúde, que “saíram a ganhar” com a pandemia, e que estão a atrair «um crescente interesse dos investidores em toda a Europa».
Mais dificuldades poderão enfrentar os ocupantes do imobiliário, nomeadamente devido às expetativas de aumento das falências ou do desemprego, em consequência da pandemia, que se estendem até ao final deste ano e até 2022.
A Cushman & Wakefield considera que «o impacto do teletrabalho no mercado de escritórios cristalizar-se-á em 2021. Não há dúvidas quanto a uma postura mais flexível por parte da maioria das empresas, e o seu impacto será sentido no imobiliário. Mas os ocupantes deverão também retomar em 2021 as estratégias de ocupação suspensas durante a pandemia, esperando-se uma retoma da procura na segunda metade do ano».