Este é um projeto antigo de 450 milhões de euros e um dos maiores de Lisboa, assinado pelo arquiteto italiano Renzo Piano. Prevê a construção de 600 fogos, e tem atualmente os primeiros 28 apartamentos prontos a habitar. A primeira pedra foi lançada já há 8 anos, com a participação do então autarca António Costa, 12 anos depois do lançamento do empreendimento, em 1999, recorda o Expresso. Depois dos atrasos, ao primeiro lote de 28 fogos, segue-se um outro com 32 fogos, 50% já comercializados, numa oferta de T0 a T6, e um preço médio por metro quadrado de 5.000 euros.
João Cabaça, atual responsável pelo empreendimento e pela sociedade de direito português Vic Properties, explica ao jornal que esta aquisição implicou um acordo com o administrador de insolvência e com os credores da Obriverca, construtora que detinha o projeto, que ficou fechado por 150 milhões de euros. Até agora, o projeto era gerido pela Norfin, que confirmou ao Expresso que «o fundo onde está enquadrado este empreendimento mudou de acionista». A Úria Menéndez – Proença de Carvalho e a GCS – Advogados acompanharam a operação.
A construção e promoção é a área de negócio deste investidor austríaco, que queria entrar em Portugal com um projeto com dimensão, segundo João Cabaça. O momento favorável para o investimento, a maior transparência, assim como «uma maior estabilidade política e fiscal» precipitaram esta opção. E espera que o projeto fique concluído «daqui a 2 anos, no máximo 3».
Este investidor não se deve ficar por aqui. A Vic Properties é criada com a aquisição do Prata, mas deverá desenvolver outros projetos imobiliários em Portugal, além dos 450 milhões de euros que se propõe investir no projeto, num total de cerca de 1.000 milhões de euros a investir essencialmente em habitação nova em Lisboa: «são precisas, pelo menos, 100 mil casas para cobrir a procura que existe. Não existe construção de raiz e quando se fala em aumento dos preços, para comprar ou arrendar, tem a ver com esta realidade. Foi feito um trabalho importante na área da reabilitação, mas não é suficiente. Portugal, em particular Lisboa, precisa de habitações, pois nos últimos oito anos pouco ou nada se fez ao nível de nova construção no país».