O quarto European Real Estate Logistics Census foi realizado durante o verão de 2024 pelos analistas de mercado da cadeia de abastecimento Analytiqa em nome da Tritax EuroBox plc, um investidor em logística imobiliária na europa, e pela Savills. Responderam 642 ocupantes, investidores, promotores, proprietários, gestores de ativos, consultores e agentes de todo o mercado europeu.
Pedro Figueiras, Head of I&L da Savills Portugal, refere que «de acordo com os dados agora apresentados, os próximos anos serão bastante dinâmicos e positivos para o setor da logística e as diferentes dimensões ESG desempenharão um papel cada vez mais importante. Portugal tem apresentado enormes progressos neste campo o que, a par de outros fundamentais de mercado como os custos competitivos em relação a outros países da Europa Ocidental e a sua localização estratégica colocam, cada vez mais, o país na mira dos diversos players internacionais. Reflexo deste grande interesse é o resultado do mais recente estudo da Savills “Nearshoring Index 2024” que coloca Portugal como o país mais atrativo do mundo para as empresas que procuram aproximar as suas cadeias de abastecimento aos mercados de consumo. Outro indicador da imagem muito positiva do nosso país no setor Industrial & Logístico são os cerca de 400 milhões de euros alocados a operações de capital markets e de development que estão em curso neste momento e que caso se concluam irão contribuir para uma significativa modernização do nosso stock».
O European Real Estate Logistics Census 2024 revela um panorama misto no setor logístico, marcado por condições desafiantes, mas com uma previsão de aumento da procura por imóveis logísticos nos próximos anos. Embora 51% dos ocupantes considerem que as condições de negócio melhoraram em relação ao ano anterior, 69% admitem ter adiado ou reduzido os planos de expansão devido à situação económica. Contudo, apenas 6% suspenderam indefinidamente, enquanto outros planeiam avançar entre um e cinco anos.
Os principais mercados de expansão continuam a concentrar-se na Europa Ocidental, com a Alemanha e a França a liderar, seguidas pela República Checa, indicando um possível interesse no re/nearshoring. Nos próximos três anos, 53% dos ocupantes esperam necessitar de mais espaço, com a maioria a focar-se em armazéns com áreas entre os 10.000 e os 39.999 m². A procura por grandes unidades ou espaços urbanos mais pequenos deverá ser impulsionada, sobretudo, pelos retalhistas.
As prioridades das empresas estão a evoluir, com foco em metas ESG e eficiência energética. Entre as iniciativas mais citadas destacam-se a eficiência energética, a reciclagem de resíduos e o uso de energias renováveis. A robótica e automação continuam a ganhar terreno, com 43% dos inquiridos a planear investimentos nesta área nos próximos anos, o que deverá aumentar a procura por espaços modernos e energeticamente eficientes.
A eletrificação das frotas é um tema de interesse, mas as preocupações práticas, como a disponibilidade de infraestruturas e de pontos de carregamento, continuam a ser desafios. Apenas 13% dos ocupantes instalaram carregadores para veículos pesados, refletindo a incerteza sobre o futuro da eletrificação no setor.
O bem-estar dos colaboradores também surge como uma prioridade, com 74% das empresas a afirmar que consideram este fator nas suas estratégias. Além de transportes públicos e iluminação natural, infraestruturas como cantinas e chuveiros continuam a ser aspetos fundamentais para atrair e reter talento no setor.