Os preços da habitação subiram 18,7% em 2022. É preciso recuar quase 30 anos, a 1991, para encontrar uma taxa de variação homóloga no final do ano superior à registada neste último mês de dezembro, quando os preços subiram 18,8%.
Os mais recentes números do Índice de Preços Residenciais da Confidencial Imobiliário, referente a Portugal Continental, mostram que 2022 deu sequência à trajetória de forte intensificação no crescimento dos preços que se regista desde 2017, quando a valorização de 12,8% mais do que duplicou a de 6,5% de 2016. 2018 e 2019 consolidaram esta tendência, com subidas homólogas em dezembro de 15,4% e 15,8%, ciclo que só foi interrompido em 2020 com a pandemia, quando os preços de venda da habitação fecharam o ano com uma subida mais moderada, de 4,8%. 2021 retomou o ritmo de subida dos preços, com uma valorização homóloga de 12,2%.
No entanto, e apesar desta forte subida, o comportamento dos preços não foi uniforme ao longo do ano. Até julho, os preços aceleraram, com sucessivas subidas mensais médias de quase 2%, perdendo intensidade no 2º semestre, com as variações mensais abaixo dos 1% por duas vezes, e em terreno negativo em setembro.
Apesar de ter atingido um valor robusto de 18,7%, a variação homóloga registada em dezembro apresenta uma contração face aos registos da segunda metade do ano, quando este indicador atingiu o pico inédito de 21,1% em agosto, e é a variação homóloga mais baixa que se regista desde julho.
Também na variação trimestral se confirma este abrandamento. As subidas trimestrais mantiveram-se bastante robustas, mas são menores a cada trimestre, passando de 5,5% no 1º trimestre de 2022, para 5% no 2º trimestre, para 3,7% no 3º trimestre e para 3,2% no último trimestre do ano.