Destacando a importância da eficiência habitacional enquanto fator chave na promoção da sustentabilidade ambiental, esta foi uma das ideias dadas a conhecer pelo CEO da Century 21 Ibéria, Ricardo Sousa, numa mesa redonda organizada pela Asociación Española de Franquiciadores (AEF) e integrada no programa de atividades que decorreu em Madrid no âmbito da Cimeira do Clima COP25.
De acordo com este responsável, hoje o aumento da consciência ambiental é evidente especialmente no segmento mais jovens da população, e o nosso país não é exceção: oito em cada dez portugueses com idades compreendidas entre os 18 e 34 anos consideram a sustentabilidade ambiental da casa como importante ou muito importante.
Apurados no âmbito da segunda edição do Observatório da Habitação, um estudo nacional realizado pela Century 21 Portugal e que analisa as motivações necessidades, expectativas e possibilidades dos jovens face à habitação, estes dados vêm demonstrar que a eficiência energética já é um dos critérios mais valorizados pelos jovens na procura de habitação, imediatamente seguido pela sustentabilidade ambiental da habitação.
Este estudo vem realçar que os critérios de procura de habitação estão a mudar, e que na hora de escolher uma casa as exigências dos consumidores estão cada vez mais alinhadas com o aumento da consciência ambiental.
E, de acordo com a Century 21, suportada na experiência relatada pela sua rede, hoje uma das questões mais sensíveis é precisamente a preocupação com a sustentabilidade energética da habitação, registando-se uma tendência crescente de procura por casas onde a tecnologia permite alcançar níveis superiores de eficiência. «Para além de os novos proprietários valorizarem contas de serviços mais controladas, consideram que os critérios ambientais são uma condição significativa na compra de uma casa», refere a rede.
O desenvolvimento da domótica residencial, através da Internet Of Things (IoT) aplicada ao setor imobiliário é outro das mudanças identificadas ao nível dos critérios de procura. «A domótica permite controlar automatismos de ligar e desligar luz, ou regular a temperatura ambiente, entre muitas outras operações, e contribui, em grande parte, para gerir com maior eficiência os recursos e satisfazer a atual procura do consumidor», refere a marca.
Os edifícios são responsáveis pela extração de cerca de 50% de todos os recursos naturais, cerca de 25% do consumo de água e por cerca de 40% do consumo total de energia. Em média, originam cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa e um terço de todos os resíduos gerados, o que torna o setor dos edifícios o maior poluente da União Europeia. De acordo com os dados da ONU, em 2050 dois terços da população mundial viverão em cidades.
Segundo os últimos dados públicos, 63% dos edifícios do parque edificado português foram construídos após 1970 e cerca de 45% dos imóveis nacionais têm mais de 30 anos. Ao todo, existe em Portugal um milhão de edifícios necessita de intervenção, «o que significa que não se ajustam aos níveis de eficiência adequados», conclui a Century 21.