No ano passado, foram licenciados 24.696 edifícios em Portugal, -4,4% face ao ano anterior, e menos 1% que em 2019, o último ano antes da pandemia. É o que mostram os mais recentes números das Estatísticas da Construção e Habitação publicadas esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística.
A maior parte dos edifícios licenciados dizem respeito a construção nova, representando 76,1% do total. Foram licenciados 15.309 edifícios de construção nova para habitação familiar, -0,6% face ao ano passado e mais 13,3% que em 2019. 62% de todos os edifícios licenciados dizem respeito a construção de habitação nova, mais 2,4% que em 2021.
Segundo este relatório, houve também um decréscimo no número de casas licenciadas. No ano passado foram licenciados 37.458 fogos de habitação, -0,5% que no ano anterior, mas um aumento de 5,3% face a 2019. Destes fogos licenciados, 30.247 diziam respeito a construções novas, mais 3,2% que no ano passado.
As estimativas apontam para que tenham sido concluídos em 2022 15.588 edifícios, -3,5% face ao ano anterior, e 10% acima de 2019. Foram terminadas 23.489 unidades de habitação, -0,1% face ao ano anterior, e mais 42,4% que em 2019. As obras concluídas em construções novas para habitação familiar representaram 61,4% de todos os edifícios concluídos, mais 1,4% que em 2021.
No ano passado, foram licenciados apenas 4.491 edifícios para obras de reabilitação, menos 9,3% que no ano anterior, e menos 17,4% que em 2019. O número de obras de reabilitação concluídas desceu -15%, num total de 2.871 edifícios concluídos.
Transações de alojamentos batem recorde em 2022, e preços continuaram a subir
No ano passado, foram vendidas 167.900 habitações em Portugal, segundo o INE, o registo mais elevado desta série, iniciada em 2009. O volume de negócios correspondente foi de 31.800 milhões de euros, mais 13,1% do que no ano anterior.
Em paralelo, os preços da habitação seguiram a sua trajetória ascendente. O preço mediano de alojamentos familiares em Portugal fixou-se nos 1.484 euros por metro quadrado em 2022, uma subida de 14,4% face ao ano anterior. O preço mediano da habitação manteve-se acima do valor nacional no Algarve (2.339 euros/m²), na Área Metropolitana de Lisboa (2.096 euros/m²), na Área Metropolitana do Proto (1.607 euros/m²) e na Região Autónoma da Madeira (1.571 euros/m²).
Rendas subiram 7,9%
Já as rendas medianas dos 92.664 novos contratos de arrendamento de habitação celebrados no país durante o ano de 2022 atingiram os 6,52 euros por metro quadrado, uma subida de 7,9% face a 2021. Registou-se também um aumento de 6,1% no número de novos contratos celebrados face ao ano anterior, segundo o INE.