A previsão é feita pela Century 21, traçando algumas perspetivas para este ano, que acredita que, paralelamente, «na tão esperada e necessária obra nova, a escassez de mão-de-obra e o aumento dos custos de construção irão também condicionar e protelar a oferta de soluções de habitação adequadas às reais capacidades financeiras das famílias portuguesas».
Ricardo Sousa, CEO da C21, considera que «2018 foi um ano marcado por alguns excessos, sobretudo de otimismo, por parte de todos os operadores do setor. Verifica-se uma forte procura, quer nacional, quer internacional, em todo o território e os indicadores sustentam que irá continuar elevada ao longo de 2019. Porém, o decréscimo do poder de compra dos portugueses será um dos fatores de condicionamento à evolução do mercado. Este é o momento em que todos os operadores devem assumir um compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor imobiliário e incutir orientações comuns ao mercado, para evitar os excessos do passado».
Além destes fatores, outros deverão ter impacto no setor imobiliário em 2019, como o Brexit ou a tensão geopolítica entre os EUA, Europa e China. Mas 2019 «traz diversas oportunidades», quer para a habitação quer para os escritórios: «há segmentos de mercado com forte potencial de desenvolvimento, sobretudo pela criação de soluções que deem resposta a novas tendências habitacionais- como residências para estudantes e habitações que acompanhem as necessidades da população sénior- e para a construção de obra nova», nota ainda a C21.
Vendas internacionais aumentam 6%, arrendamento cai 62%
No ano passado, a C21 registou uma faturação de mais de 41 milhões de euros, mais 17% face ao ano anterior. Realizou um total de 12.539 transações de venda de imóveis na rede nacional, mais 14% face ao ano anterior. O volume de negócios aumentou para 896,6 milhões de euros.
Neste período, foram realizadas 2.218 transações de venda a estrangeiros, mais 6% que em 2017, sendo que o segmento internacional representou 18% do total das transações da rede, menos 1% que no ano anterior.
Por outro lado, o número de operações de arrendamento «registou uma forte quebra de 62%, fixando-se nas 1.079 operações», o que traduz «a evidente falta de oferta de imóveis para arrendamento ajustada ao poder de compra dos portugueses».
O valor médio de arrendamento na rede C21 fixou-se nos 812 euros, que comparam com a média nacional de 598 euros registada em 2017. «Foram os consumidores do segmento médio e médio alto, que conseguiram aceder às soluções de arrendamento que estão em oferta, no mercado», alerta.