Neste período, entraram em processo de licenciamento 17,4 mil projetos de habitação em Portugal Continental, dos quais 82% (14,2 mil projetos) diziam respeito a construção nova. Os restantes 3,2 mil projetos, com um peso de 18% no total nacional, referem-se a obras de reabilitação.
Os números são avançados pela Confidencial Imobiliário, no âmbito da análise de pré-certificados energéticos emitidos pela ADENE, que têm de integrar obrigatoriamente os processos de licenciamento municipal de obras.
Os projetos em pileline dizem respeito a 34,3 mil fogos novos, 26,9 mil dos quais integrados em construção nova (cerca de 78%), e 3,4 mil em obras de reabilitação (22%). Ambos os tipos de habitação têm seguido uma trajetória ascendente neste período, sendo que a construção nova quase duplicou (+91%), passando de um ritmo trimestral de 3,2 mil fogos no 1º trimestre de 2016 para 6,1 mil no 2º trimestre. Já a reabilitação cresceu 117%, de 743 fogos para 1,6 mil.
Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, nota que «neste período de um ano e meio, a construção nova cresceu cerca de 63%, em linha com a crescente procura no mercado de compra e venda, que se sente já desde o último trimestre de 2013».
Destaca também que «ainda assim, a procura evoluiu muito mais rapidamente que a produção de novos fogos, pelo que, no atual momento, a grande fonte de tensão do mercado continua a ser a falta de oferta. Este crescimento comprova que o mercado está a responder, lançando novas operações, o que, a prazo, contribuirá para a estabilização dos preços. Os índices de preços Ci mostram que esta situação de acréscimo de procura aliado à rigidez da oferta tem impulsionado os preços das casas, que desde finais de 2013 até maio deste ano já cresceram 14%».
Quanto à reabilitação, Ricardo Guimarães destaca que «o aumento segue em linha com a procura cada vez mais elevada por imobiliário nos centros históricos de Lisboa e Porto, o que se tem refletido igualmente na subida de preços. Nos últimos cinco anos, os preços já subiram cerca de 88% na Baixa do Porto e 56% no Centro Histórico de Lisboa. As freguesias que delimitam estas zonas nas duas cidades são, sem estranheza, as que receberam maior investimento neste tipo de projetos no último ano e meio, concentrando 46% dos fogos reabilitados em licenciamento na cidade de Lisboa e 71% no caso do Porto».