A construção de habitação atingiu mínimos históricos em 2014, nesse ano foram colocadas no mercado 6.785 casas novas e o setor empregava 600 mil pessoas. Em 2015, o setor deu os primeiros sinais de recuperação, com 8.219 novos fogos. No ano passado a construção de habitação contabilizou um total de 11.344 casas, o que representa um crescimento de 38% comparativamente aos números de 2015.
Este ano a recuperação do setor parece consolidar-se. De acordo com as estimativas da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário – CPCI, o setor da construção de habitação cresceu 49% só nos dois primeiros meses de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Neste comportamento há o notório impacto do turismo. «Há aqui um ‘empurrão’ que foi dado, sem dúvida, tanto pelo segmento do turismo – que tem apresentado taxas de crescimento recorde acima dos 10% ao ano -, como também pelo regime de concessão de Vistos Gold, que está a atrair investimento estrangeiro para o imobiliário», assinala Manuel Reis Campos, presidente da CPCI, em declarações ao Expresso. Acresce a queda das taxas de juro, tanto para os depósitos a prazo como para a concessão de crédito, que levou, por um lado, à alocação de mais poupanças no investimento imobiliário e, por outro, a maior facilidade de acesso ao crédito à habitação pelos jovens.
Não obstante, todos os sinais positivos, Manuel Reis Campos, reconhece que «em termos de construção propriamente dita, estamos ainda muito longe dos valores pré-crise».