De acordo com Patrícia Clímaco, que falava durante a conferência “Tendências do mercado imobiliário” organizada esta semana pela CBRE, serão cerca de 800 os novos fogos para a classe média que vão reforçar o mercado da capital este ano, com preços «até 4.000 euros por metro quadrado, o que deverá contribuir para a redução do preço médio de venda, apesar de o preço prime continuar a aumentar». O mesmo deverá acontecer nos fogos usados, acredita, que deverão ver uma descida média dos preços de venda de 2% a 5%.
Segundo Patrícia Clímaco, no ano passado o volume de vendas de habitação «cresceu substancialmente (cerca de 20%), atingindo níveis de 2007 (cerca de 185.000 casas). Os valores até podem exceder os de 2007 em Lisboa, mas isso não reflete a realidade do país nem a dinâmica do mercado doméstico», salienta. E a responsável destaca que há boas notícias no crédito concedido para compra de casa, cujo nível está em cerca de metade do nível de 2007.
Patrícia Clímaco alerta, no entanto, que a oferta nova que vai entrar no mercado «ainda não é suficiente» para satisfazer a procura, especialmente da classe média, e muita dela é vendida em planta. Os elevados custos de construção, a morosidade dos licenciamentos, a dificuldade na alteração dos alvarás de loteamento existentes são alguns dos principais fatores que estão a limitar o aumento da oferta habitacional.
As soluções alternativas de habitação começam, assim, a surgir, e os investidores estão cada vez mais a olhar para estas opções: «há cada vez mais interesse em investir no arrendamento, o que inclui conceitos como o co-living. É atrativo pelo desequilíbrio entre a oferta e a procura, e podem ajudar a contornar condicionantes ao acesso ao crédito ou as mudanças geográficas e sociais».
Uma coisa é certa, acredita a responsável: «temos 10 ou 15 bons anos pela frente. Somos um ótimo país para viver, para trabalhar, os estrangeiros continuam interessados, e precisam de casas».