O BdP divulgou uma caraterização sociodemográfica das pessoas que contraíram crédito junto das instituições financeiras residentes em 2024, revelando que metade dos novos créditos à habitação própria permanente tinha valor igual ou inferior a 130.000 euros, sendo que dois terços desses novos créditos envolviam montantes entre os 50.000 e os 200.000 euros. Apenas 5% dos créditos contraídos no ano passado superaram os 300.000 euros.
A esmagadora fatia, 80%, das pessoas que obtiveram crédito à habitação própria e permanente trabalhavam por conta de outrem e 53% tinham um nível de escolaridade superior. Pouco mais de um quinto, 22%, residiam na Grande Lisboa e 18% na Área Metropolitana do Porto. De salientar ainda o aumento, em 2 pontos percentuais face a 2023, da percentagem de pessoas entre 18 e 35 anos que contraíram crédito, que representaram 43% do total em 2024.
Em 2024, 10,1% das pessoas que contraíram novo crédito para a compra de habitação própria permanente eram estrangeiros. Entre estes, os brasileiros foram os mais ativos, representando 38% dos devedores internacionais, seguindo-se Angola (5%), Reino Unido, Itália, França e EUA, todos estes com 4%, respetivamente.
Quase um terço dos contratantes de outro crédito à habitação são estrangeiros
De acordo com o BdP, uma fatia de 13% do montante total de crédito à habitação concedido em Portugal em 2024 destinava-se à aquisição, construção ou realização de obras em habitação secundária ou para arrendamento e aquisição de terrenos para construção de habitação. Neste grupo, metade dos contratos tinha valor igual ou inferior a 112.000 euros.
De notar que 30% dos devedores de outro crédito à habitação contratado em 2024 eram estrangeiros, sobretudo originários do Brasil (15%), dos EUA (14%) e Angola (13%). Considerando apenas os devedores estrangeiros que residiam fora de Portugal, este valor reduz-se para 23%.
Em 2024, os devedores estrangeiros foram responsáveis por 45% do montante total do outro crédito à habitação contratado, evidenciando uma descida de 5 p.p. face a 2023, quando esta percentagem tinha sido de 50%.