LPI “representou uma mudança total de paradigma”

LPI “representou uma mudança total de paradigma”

 

O lançamento deste sistema «representou uma mudança total de paradigma. Passámos a ser os que usamos melhor a informação», comentou Pedro Seabra, um dos fundadores do LPI, na altura colaborador da CBRE, durante a cerimónia que decorreu esta quarta-feira na sede da Abreu Advogados. «A partilha de informação e uma informação mais fidedigna é a grande importância do LPI», completa. Para António Gil Machado, também fundador do índice, «este foi um primeiro sistema de “co-petição”».

Para Paulo Henriques, da B. Prime, o LPI foi «uma aposta ganha. Colocou o mercado a falar a uma única voz, é hoje usado por todos os agentes e é uma prova de fiabilidade». Jerry Harris, da Abacus, salientou a «boa gestão e resolução de problemas» do índice, e Miguel Barão, da Colliers, destacou «uma oportunidade de sistematização séria das variáveis do mercado».

Por seu turno, Pedro Silveira, do Grupo SIL, acredita que «a informação não podia ficar só para alguns. Foi uma alteração de paradigma no mercado português».

 

Eleições “sempre atrasaram a tomada de decisões do mercado”

Depois de 20 anos de LPI, já é possível destacar algumas tendências do mercado de escritórios de Lisboa, nomeadamente o impacto que anos de eleições foram tendo no setor.

Os números mostram que a evolução do mercado de escritórios de Lisboa tem sido semelhante à evolução do PIB e ao crescimento da economia portuguesa, sendo que «os escritórios reagem mais tarde que os outros setores. Isto mostra que o risco de investimento não difere muito nos vários setores».

Por outro lado, «as eleições sempre atrasaram a tomada de decisões do mercado e das empresas», apontou António Gil Machado, alertando que o mercado poderá querer ficar atento a este efeito em 2019.

 

Sustentabilidade, mudança, tecnologia e experiência

São estas as grandes palavras-chave que os especialistas do setor acreditam que vão definir os próximos anos.

Paulo Silva, da Savills, Eric van Leuven, da Cushman & Wakefield, Pedro Rutkowski, da Worx, e Francisco Horta e Costa, da CBRE, juntaram-se e mesa redonda de debate durante o aniversário do LPI. Acreditam que a rapidez e a forma com que Portugal entrou e saiu da última crise foi uma das maiores surpresas do setor nos últimos anos, bem como o atual interesse estrangeiro no nosso mercado. É a tecnologia que acelera o mercado.

Para Eric van Leuven, «o que mais espanta nos últimos 20 anos é a dinâmica do investimento, uma mudança muito positiva e substancial. Não imaginávamos a profundidade ou a diversidade dos bolsos».

Francisco Horta e Costa acredita que os escritórios e também a habitação para a classe média serão os setores com mais oportunidades de investimento nos próximos anos, e que os comportamentos e a experiência do utilizador vão mudar o imobiliário nos próximos anos, escritórios inclusive: «trabalhar vai ser uma experiência, isso vai condicionar o desenvolvimento dos novos escritórios, e isso vai sentir-se também na logística». E para Pedro Rutkowski, a única coisa certa é que «terá de haver sempre contacto humano» no trabalho.

Mais no imediato, os escritórios podem esperar um aumento do seu valor, nomeadamente das rendas, apesar de «o crescimento estar só nos edifícios novos, que quase não existem», alerta Paulo Silva. «Temos oportunidades muito boas, mas também alguma preocupação», nomeadamente com a sobrevalorização de alguns ativos.

Todos os especialistas presentes veem com bons olhos o novo regime de SIGIs recentemente aprovado em Portugal, uma notícia que «só perca por tardia», para Francisco Horta e Costa. «Se for um regime igual ao espanhol, será positivo para o mercado». Já Pedro Rutkowski afirma que «precisamos de saber como vai ser a fiscalidade».

 

O LPI é uma marca propriedade da ACAI, gerido pela Confidencial Imobiliário. Conta com a participação d Abacus, B. Prime, CBRE, C&W, Colliers, JLL, Savills, Silfiducia e Worx.

 

 

 

 

 

 

Foto: Miraflores Premium