O segmento dos flexspaces continua a ganhar expressão no mercado nacional, representando já cerca de 250 mil metros quadrados de área ocupada em escritórios, que por sua vez acolhe cerca de 31 mil trabalhadores, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
Segundo um estudo recente da B. Prime, que analisou centenas de espaços nas cidades de Lisboa e do Porto, na capital este segmento acolhe cerca de 25.200 pessoas, enquanto na Invicta são 5.500 trabalhadores que todos os dias trabalham em flexspaces.
Este segmento tem maior expressão em Lisboa com cerca de 205 mil metros quadrados afetos ao flexspace, enquanto a Norte a área ocupada é menor, mas tem registado um crescimento mais acelerado.
O aumento de espaços de flexspace encontra-se condicionado pela falta de oferta, mas ainda assim registou-se um aumento de stock que teve um forte impacto desde 2019, fruto da pandemia que impôs novas formas de trabalho.
De acordo com a consultora, 2023 e 2024 foram os anos com um crescimento mais expressivo: 14% da totalidade de área colocada no mercado de escritórios de Lisboa estão afetos ao flexspace. Já no Porto a abertura do LACS no Boavista Office Center foi o grande impulsionador.
Quanto às áreas mais procuradas, tanto a Norte como a Sul, elas variam entre os 100 e os 500 metros quadrados, sendo que as várias soluções existentes no segmento de flexspaces proporcionam espaços que podem variar entre escritórios mais informais ou mais corporativos, que permite total flexibilidade por parte das empresas e dos empresários.
No que diz respeito aos espaços com critérios ESG, estes são cada vez mais determinantes na escolha final de um escritório e o segmento flexspace não é exceção: 40% dos operadores inquiridos referem que a sustentabilidade é um dos fatores mais relevantes no projeto que gerem.
Segundo Carlos Oliveira, Partner e Head of Agency da B. Prime, “o crescimento acelerado dos últimos anos deste modelo de negócio tem a componente imobiliária que analisamos neste trabalho, mas assenta muito na prestação de serviços conexos. O seu sucesso deve-se essencialmente à rapidez da operacionalidade e à flexibilidade de prazos e usos. Se olharmos para outros mercados onde existem há mais tempo, podemos perceber que ainda há espaço para uma maior dispersão geográfica a nível nacional e para uma maior estratificação de conceitos”.