Numa análise recente deste mercado, a consultora nota que o final do ano de 2016 registou um acentuado crescimento do take-up, o que permitiu que a área total ocupada em 2016 praticamente igualasse 2015, «mitigando o fraco desempenho global do segundo semestre». Neste contexto, as rendas prime em Lisboa continuam elevadas, com a vacancy rate a manter a sua trajetória descendente.
Para Gustavo Castro, Head of Research da Colliers International, «a escassez de oferta nova continua a penalizar o mercado de Lisboa, contudo o interessante crescimento do pipeline indicia que no final de 2017 esse problema possa ser reduzido, pelo menos em algumas zonas, pois no Parque das Nações a falta de oferta não deverá ser corrigida», prevê.
De acordo com a consultora, a quebra no investimento imobiliário no nosso país em 2016, face ao ano anterior, ficou a dever-se à incerteza associada a alguns eventos internacionais mais marcantes, como o Brexit ou as eleições nos EUA, o que levou à redução acentuada no 2º semestre. E Gustavo Castro comenta que «o negócio do Campus da Justiça foi um outlier no contexto do investimento em escritórios, acabando por duplicar o valor do investimento em escritórios remanescente e, quase, igualando o investimento em escritórios registado em 2015».
A escassez de oferta adequada é ainda mais visível no Porto. Vasco Carvalho, consultor da Colliers International, realça que «os edifícios novos que têm surgido são pequenos e incapazes de corrigir este desequilíbrio, sobretudo para as empresas que procuram espaços de maior dimensão». Consequentemente, este contexto «acaba, por um lado, por adiar os planos de expansão de algumas empresas e, por outro lado, por limitar o apelo do mercado ao investimento institucional, sobretudo, estrangeiro».
A Colliers não prevê «grandes novidades» no arranque deste ano, e prevê que a tendência do segundo semestre do ano passado se mantenha durante a primeira metade do ano, «com as novidades a ficarem guardadas para o segundo semestre», remata.