No balanço da sua atividade na primeira metade do ano, a C21 avança que os 800 milhões de euros mediados, incluindo também a partilha de transações com outros operadores, ficaram 7% abaixo dos 870 milhões transacionados em 2019. A faturação ficou também 7% abaixo dos 20,5 milhões de euros registados no ano passado.
Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, destaca que «os resultados dos primeiros seis meses de 2020 foram mais positivos do que tínhamos estimado, sobretudo, no que se refere aos indicadores de operação do segundo trimestre». E explica que «a principal razão da quebra de faturação prende-se com a suspensão dos processos de compra, durante os meses de março e abril, que se refletiram na diminuição de escrituras em abril e maio. Contudo, em junho, as dinâmicas de procura, negociação e realização de transações já atingiram, praticamente, os mesmos níveis de 2019».
Entre janeiro e junho, os compradores portugueses representaram 86% do volume de transações, mais 5% que no ano passado. As tipologias mais procuradas pelos clientes portugueses continuam a ser os T2 e T3.
Em consequência das restrições impostas pela pandemia, as transações de clientes estrangeiros representaram apenas 14% do volume total, num total de 709 transações, menos 33% que em igual período do ano passado.
Preços sobem 8%
A nota foi positiva para os preços médios. No primeiro semestre, o valor médio dos imóveis transacionados pela rede registaram uma subida de 8% para os 166.359 euros, apesar da pandemia.
Ricardo Sousa comenta que «no mercado imobiliário residencial os valores de venda são pouco elásticos e há uma grande resistência na descida de preços. Não é expectável uma alteração expressiva do valor real dos imóveis, nos próximos meses. Esta situação irá fomentar um aumento do tempo médio de venda dos imóveis, provocando uma diminuição do número de transações, no curto prazo. Pelo que estamos a verificar na rede Century 21 Portugal, serão os proprietários com urgência em vender que irão fazer ajustes nos preços para conseguirem concretizar uma venda rápida dos seus imóveis. Já o mercado de arrendamento é normalmente mais flexível, muito responsivo às flutuações da procura, porque tem que se ajustar rapidamente ao rendimento disponível dos jovens e famílias que estão no mercado a procurar habitação».
Crise é incerta, mas «será algo temporário»
Apesar da pandemia, a Century 21 continuou a crescer e a expandir a sua rede nacional, com o arranque de 11 novas agências em todo o país. Tem atualmente 152 unidades em operação e mais de 3.500 consultores imobiliários.
Mas o futuro é difícil de prever, e o cenário muda quase a cada dia, mas a C21 acredita que será sempre algo temporário, e o imobiliário está a mostrar resiliência e estabilidade, sem grandes mudanças nos critérios de valores, perfil de procura, tipologias ou áreas.
«O mercado imobiliário está ativo, regista uma procura estável, os bancos continuam a conceder crédito à habitação, e esta conjugação de fatores indicia uma recuperação progressiva deste sector. É, assim, prematuro assumir novas tendências de preferências dos consumidores relativamente a tipologias de casa ou zonas para adquirir ou arrendar habitações», acredita a rede.
No entanto, há hoje um maior gap entre as expetativas de proprietários e compradores, já que a procura espera uma baixa dos preços, e a oferta ainda não cedeu, o que poderá aumentar o tempo médio das transações, e levar a uma relação mais equilibrada entre os dois, o que a C21 considera «não apenas positivo, mas também necessário».
Por outro lado, destaque para «uma pressão crescente para repensar o plano urbanístico das cidades, os processos de licenciamento, os tipos de construção e a estratégia para os transportes públicos intermunicipais, hoje mais de que nunca, numa perspetiva integrada e ambientalmente sustentável», pode ainda ler-se em comunicado.