Esta é a opinião Javier Hortelano De La Lastra, Managing Director & Partner na Catella Asset Management, que em entrevista exclusiva à Iberian Property no IP Investment Talks sublinha ainda que «não vamos mudar do físico para o digital. Temos é de assegurar que os consumidores têm uma ótima experiência ao navegar no online e a visitar os shoppings físicos. Os shopping centres precisam de integrar a nova tecnologia e precisam também de integrar novas formas de comprar online». Ao mesmo tempo, «os retalhistas online precisam de mostrar o seu produto físico para ‘afirmar’ as marcas. Este tema é também sobre o novo consumidor, o consumidor do século XXI», explica na ocasião.
Na sua opinião, o comércio físico e o online «devem coexistir e deverão viver juntos. A digitalização deverá juntar-se à natureza humana que partilha, conversa, desfruta e conhece».
Apesar de considerar este um dos setores que no curto prazo estão a ser mais afetados pela crise pandémica, o Managing Director & Partner na Catella Asset Management sublinha que hoje «o setor imobiliário está mais bem preparado para enfrentar a adversidade do que na crise anterior», já que «no geral as empresas estão melhor financeiramente». A este facto soma-se ainda o otimismo de que «esta crise não deverá mudar tudo: vamos continuar a viajar e a comprar nos shoppings. Haverá lugar para os bons ativos atuarem satisfatoriamente uma vez que nos for permitido sair de casa», assume.
Investimento Core e Core plus deverá superar o value-added
No que diz respeito ao players que atuarão no mercado imobiliário ibérico nos próximos tempos, Javier Hortelano De La Lastra acredita que haverá mais atividade por parte de investidores core e core plus do que os value-added.
«Em termos de volume de investimento total, haverá mais investidores core e core plus comparando com os value-added, por diferentes razões: primeiro as correções de preços vão demorar um pouco – e esse período de tempo é o que os investidores oportunistas precisam para voltar ao mercado – e, depois, os negócios value-added tendem a ser relativamente mais pequenos comparando com os core/core plus. Em suma, em termos de volume de investimento, os investidores core/core plus deverão ter a maior parte do mercado», explica o Managing Director & Partner na Catella Asset Management.
Já sobre a retoma da economia, Javier Hortelano não se mostra muito otimista: «é obvio que a economia está a ser parada por um período significativo. E a economia não vai recomeçar do modo mais rápido. O segundo e o terceiro trimestres de 2020 vão ser muito lentos em termos de transações. E talvez no último trimestre comecemos a ver mais atividade comparando com os outros trimestres».
Na sua opinião, o volume de investimento em 2020 deverão ser aproximadamente 30% inferior ao dos anos anteriores.