Na sua análise sobre o impacto da pandemia da Covid-19 no mercado de luxo, a consultora conclui que Lisboa, Mónaco, Viena e Shanghai serão os únicos mercados que podem registar subida dos preços no próximo ano, que deverá ficar marcado pela forte recuperação.
Lisboa e Londres poderão liderar a subida dos preços, com crescimentos de mais de 5% cada. «No futuro, para 2021, podemos ver uma pequena recuperação na maioria dos mercados. Londres e Lisboa liderarão o crescimento no próximo ano, com uma previsão de aumento de preços superior a 5%», explica Kate Everett-Allen, Head of International Residential Research da Knight Frank. Joga a favor da capital portuguesa a gestão da pandemia feita em Portugal, a forte procura e a pouca oferta.
Com base na análise das perspetivas da procura e da oferta, no impacto da pandemia e nas várias medidas de estímulo anunciadas pelos diferentes governos, a Knight Frank ressalva que «o nível sem precedentes de incerteza económica em que nos encontramos dificulta a quantificação das previsões». Por isso, analisou as 20 cidades consideradas em 4 cenários distintos, com base no comportamento esperado dos preços: crescimento forte, acima de 5%, crescimento moderado, até 5%, sem variação ou com queda moderada, entre 0% e -5%, e com forte quebra, de -5% ou menos.
No próximo ano, deverão registar também subidas de preço entre 0,1% e 5% as cidades de Berlim, Cidade do Cabo, Genebra, Los Angeles, Madrid, Melbourne, Miami, Mónaco, Paris, Shanghai, Sidney e Viena.
Já este ano, a quebra deverá ser mais sentida nos mercados emergentes ou naqueles com crescimento mais fraco no final de 2019. A descida média será de 2,5% na variação anual em 2020 nas 20 cidades analisadas, e espera-se uma recuperação média de 1,1% no próximo ano. Tudo vai depender do levantamento das restrições às viagens e da atividade das companhias aéreas.
Devem registar este ano um crescimento de preços entre 0,1% e 5% Lisboa, Mónaco, Shanghai e Viena. As restantes cidades analisadas vão registar descidas dos preços entre 0% e -5% ou mais.
De recordar que, no início deste ano, era de esperar um crescimento significativo dos preços do mercado de luxo nos principais mercados de todo o mundo. Liam Bailey, Head of Research da Knight Frank, comenta que «havia muitos sinais positivos nos muitos mercados globais que perspetivavam um aumento nos preços prime este ano, mas o Covid-19 pôs-se no caminho. Das 20 cidades analisadas, em 16 veremos uma queda nos preços, e muito poucas ficarão em terreno positivo», cita o Idealista.