A APEMIP promoveu esta carta aberta, destinada ao Presidente da República, ao Primeiro-Ministro e ao Ministro da Economia, no contexto do anúncio do novo período de confinamento, que se iniciou a 15 de janeiro, e que impede a manutenção da atividade imobiliária, nomeadamente as visitas presenciais aos imóveis.
O documento pede o enquadramento desta atividade num regime de exceção que permita aos mediadores imobiliários agendarem visitas presenciais, cumprindo todos os protocolos implementados pela DGS. E reforça que a situação atual «é um convite à mediação ilegal e à fragilidade dos cidadãos, uma vez que a casa está intimamente ligada ao curso de vida das pessoas e famílias».
Segundo a APEMIP, a carta aberta conta já com mais de 3.000 signatários. Luís Lima, presidente da associação, congratula-se com a «união e solidariedade dos agentes do setor», e destaca que o imobiliário «não está a pedir esmolas ao Governo, mas sim que nos deixe trabalhar cumprindo todas as regras e garantindo a segurança dos agentes e dos seus clientes».
«Neste momento, considerando que a venda e arrendamento de imóveis com recurso exclusivo a visitas virtuais é absolutamente residual, esta fileira do setor está não só impedida de desenvolver a sua atividade, como o seu CAE não está integrado em medidas como os programas APOIAR. De que forma é suposto que estas empresas e seus funcionários consigam ultrapassar as dificuldades impostas pelo confinamento, se não podem trabalhar nem estão enquadradas nos apoios?», questiona.
Luís Lima recorda também que «dependem diretamente do imobiliário cerca de 40 mil pessoas, fora os que dele dependem indiretamente. Em 2019, de um total de investimento imobiliário que ronda os 26 mil milhões de euros, cerca de 19 mil milhões foram garantidos por mediadores imobiliários. Uma classe que representa este tipo de valores e que já demonstrou ser essencial na promoção da dinamização económica nacional merece outro tipo de reconhecimento num período como este», conclui.