Por causa da pandemia, 50% dos inquiridos suspenderam totalmente a sua atividade, e 45,8% suspenderam-na parcialmente. 95,3% indicou ter registado uma quebra no volume de negócios e 92,5% registou quebra na procura. 62,7% das empresas reportaram desistências de negócios em curso por parte dos clientes, e 19,8% destes desistiram das compras após a celebração do Contrato de Promessa de Compra e Venda.
Luís Lima, presidente da APEMIP, acredita que «estes números demonstram que a atividade esteve praticamente parada durante o mês de abril. Dentro em breve serão revelados os números oficiais que confirmarão esta realidade: estivemos encerrados devido ao plano de emergência nacional, mas temos consciência e congratulamo-nos pela eficácia que as medidas tomadas a ter no abrandamento da curva de propagação da epidemia».
Numa primeira fase de desconfinamento, que entrou em vigor esta semana, as imobiliárias podem reabrir. «A APEMIP congratula-se com esta decisão, que resulta das solicitações feitas pela APEMIP e transmitidas pela Confederação do Comércio e Serviços (CCP), em sede de Concertação Social, dando também um sinal ao sector de que, finalmente, o mesmo é considerado em paridade com outras atividades, dando-se o devido valor à importância desta classe e àquilo que representa no panorama económico nacional».
Nos últimos dois meses, mais de metade das empresas inquiridas recorreu a alguma das medidas excecionais previstas pelo Estado. «A quebra de receitas das empresas foi brutal e é natural que tenha havido necessidade em recorrer aos apoios promovidos, que não tenho dúvida de que ajudaram a garantir a sobrevivência de muitas empresas».
Luís Lima acredita que «neste momento haverá uma fase de adaptação por parte das empresas à nova realidade, nomeadamente no que diz respeito ao cumprimento das regras e recomendações de higiene e segurança. É necessário dar tempo ao tempo e compreender que neste período haja um decréscimo na procura e nas visitas, pois as pessoas estão receosas não só com a questão sanitária, mas também com o real impacto económico que esta pandemia poderá ter nas suas vidas».
Mas acredita que «devemos estar otimistas. Temos uma oportunidade da dinamização do mercado de arrendamento e do investimento para este setor (que se estima que cresça) e também uma janela de oportunidade na captação de não residentes para Portugal, que não sendo imediata poderá ser promovida pela generalização do teletrabalho e pela segurança que o país tem transmitido pela forma como está a lidar com esta crise sanitária».