A previsão é avançada pela consultora imobiliário no seu último relatório, no qual analisa a atividade transacional no mercado lisboeta no 1º semestre, ao longo do qual foram colocados cerca de 84.433 m² que traduzem uma variação homóloga negativa de 23% face ao 1º semestre de 2019. Um número que, defendem estes especialistas, «reflete o período pré-Covid».
Tanto que o volume acumulado de absorção no 1º trimestre (43.934 m²) foi o mais elevado desde que há registo, salienta a Worx. Contudo, a partir de março, com o decreto do Estado de Emergência e a pandemia a impor restrições e a criar incerteza, as decisões prolongaram-se; levando a um decréscimo no número de negócios fechados no semestre (-41 % face ao período homólogo de 2019).
Contrariando as previsões traçadas no início do ano, antecipa igualmente uma subida na taxa de disponibilidade do mercado, invertendo a trajetória descendente que tem vindo a traçar desde 2013 devido aos elevados níveis de procura, e chegando a atingir um mínimo histórico de aproximadamente 5,3% no final de 2019. A sustentar esta projeção, com a entrada de novos edifícios no stock e a libertação de espaços após o período de confinamento, a taxa de disponibilidade já subiu no 1º semestre para 6,3%.
«Este ano é previsível assistirmos a uma variação negativa na ordem dos 30% no take-up, registando cerca de 130.000 m² de volume absorvido. Em 2021 deveremos assistir a uma variação semelhante, retomando um crescimento médio de aproximadamente 20% ao longo dos próximos três anos. De 2020 a 2024 a vacancy rate deverá assumir uma tendência crescente, subindo cerca de 7% até ao final de 2020 devido à redução de espaços por parte das empresas na ótica de redução de custos e/ou por optarem pela via do teletrabalho. A partir de 2021 a vacany rate deverá subir cerca de 9%, estabilizando em 2024, enquanto o take-up seguirá uma recuperação em “Nike swoosh” até 2024», antecipa Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx.
Pelas contas da Worx, existem cerca de 204.900 m² de novo stock sob construção até 2022, dos quais 19.181 m² (9,4%) já estão em fase de conclusão. A estes somam-se ainda os edifícios que ainda não iniciaram obra e que somam outros 91.950 m² ao pipeline em curso, para um total de 309.578 m².
No que respeita à renda prime, que também vinha assistindo a um aumento gradual nestes últimos anos, para já a nota é de estabilização, mantendo-se nos 24€/m²/mês no 2º trimestre.