As novas normas de saúde e distanciamento social implicam novas condições no posto de trabalho. Pedro Salema Garção, Head of Agency da Worx, identifica que «algumas empresas estão a repensar a configuração dos seus espaços de escritórios e a ponderarem se é necessário a totalidade dos colaboradores estar presente no escritório de uma só vez».
Segundo este especialista, «estas necessidades podem desencadear o interesse em diferentes espaços, fugindo às localizações prime, tendo em mente o fator custo. Contudo, estas decisões serão adiadas por forma a poderem avaliar o verdadeiro impacto da pandemia».
A Worx acredita que «se antes do surto tínhamos uma quantidade crescente de procura de espaços em comparação com a oferta disponível no mercado, agora esperamos um período de ajuste e uma possível correspondência entre a procura e a oferta».
Pedro Salema Garção estima que mais escritórios usados entrem no mercado nos próximos tempos, nomeadamente nas zonas prime da cidade, gerando um aumento da taxa de disponibilidade nos próximos meses.
Em março e abril, o take-up de escritórios registado no mercado de Lisboa resultou de negócios anteriores ao início da pandemia. A consultora espera, por isso, uma quebra na ocupação ao longo dos próximos meses. O segundo trimestre do ano deverá ficar marcado por um ajuste nas rendas prime devido à atual situação do mercado e às renegociações que podem registar reduções adicionais.
O que é certo é que «os clientes demonstram interesse no mercado», apesar dos atrasos nos negócios decorrentes do confinamento. A atividade deverá ser retomada de forma gradual, e são de esperar mais incentivos por parte dos proprietários, como períodos de carência, custos de realocação e trabalhos de fit-out assegurados.