As palavras são de Pedro Seabra, Partner Real Estate da Explorer Investments, que falava à Vida Imobiliária no âmbito da nova rubrica “Especial Covid-19 – Conversas Diárias”, afirmando que «por enquanto não sentimos o impacto, mas será grande. Desde logo no andamento das obras ou no tempo de aprovação dos projetos».
Num cenário mais imediato, o responsável admite que «o número de transações será muito menor» e que estas «vão mesmo parar durante algum tempo. Muita gente adiará decisões, e não se poderá deslocar para ver os imóveis, que não podem ser comprados sem ser vistos».
«Mas esperamos que o impacto seja passageiro», afirma, pois «continua a haver muita vontade e muito dinheiro para investir em imobiliário, mantém-se a pressão da procura sobre a oferta. Claro que tudo pode mudar durante dois ou três meses, e ninguém sabe o que vai acontecer a seguir ao certo».
Pedro Seabra acredita que «a pressão no mercado imobiliário vai voltar quando as pessoas se puderem deslocar com confiança. O imobiliário vai continuar a ser um refúgio em relação a outros produtos financeiros, e não forçosamente por causa desta crise».
A Explorer Investments detém vários tipos de ativos, e admite a análise de vários cenários nos próximos tempos, principalmente em relação à hotelaria ou ao retalho, que deverão ser os setores mais atingidos. Para já, «não temos nenhuma medida de apoio aos inquilinos prevista por nós neste momento. É difícil hoje falar de uma coisa que ainda agora começou».
«Teremos de saber quanto tempo isto dura para percebermos como vamos recuperar. Esperamos que esta situação passe depressa. Temos de continuar a trabalhar e não podemos parar o país. Temos de ter muito bom senso nas medidas a tomar», apela Pedro Seabra.