A associação tem defendido publicamente a importância da inclusão de um regime de moratórias de crédito, que permita que as famílias e empresas tenham «algum fôlego num período de grande aperto financeiro». Luís Lima, presidente da APEMIP, lembra que «a 12 de março emiti um comunicado que apelava à necessária implementação de moratórias de crédito para famílias e empresas, que foi posteriormente regulamentada pelo Governo, tendo o próprio setor financeiro ido para além das normas criadas, com alternativas mais flexíveis para os seus clientes. Estas moratórias revelaram-se absolutamente fundamentais, o que se refletiu nos milhares de pedidos recebidos pela banca».
Mas o dirigente acredita que «um semestre será insuficiente para evitar o crescimento do crédito mal-parado. Seria muito importante que as moratórias tivessem pelo menos doze meses de duração, medida que parece ser consensual nomeadamente junto do Governador do Banco de Portugal e do Presidente da Associação Portuguesa de Bancos».
E defende que «este regulamento deve ser prolongado o quanto antes, com um enquadramento que inclua os vários créditos existentes por forma a evitar o incumprimento de famílias e empresas, o que beneficiaria também a própria banca, pela eventual necessidade de aumento de provisões e ainda o mercado imobiliário, impedindo que eventuais questões mais emocionais levem as pessoas ao desespero e por consequência à desvalorização do património construído».
Luís Lima lembra que hoje em dia «não há excesso de stock, nem os níveis de endividamento a que assistimos no período da Troika. A par de alguns reajustes de preços que estavam especulados, em particular nos centros das principais cidades, não há motivo para assistir às descidas acentuadas de preços que vimos no passado. Mas para isso também é necessário impedir o desespero de quem se vê, de repente, sem rendimento devido a uma situação sanitária absolutamente inesperada».