«Quando há alavancagem de capital, significa que no futuro haverá uma maior volatilidade. E, portanto, devemos estar preparados para mudanças dramáticas dos KPI’s, nas rendas e nos preços», avança Pere Viñolas, CEO da socimi Colonial, à IP na nova iniciativa Iberian Property Investment Talks. Para o diretivo, «o elevado risco premium na avaliação dos ativos» é outro impacto esperado neste cenário.
Apesar destas consequências, Pere Vinõlas assegura que todo este suporte financeiro faz sentido e é «uma resposta natural» a este momento de crise sem precedentes gerada pelo novo coronavírus. Sem eles, as empresas «não saberiam como reagir a esta crise», acredita. Ainda assim, alerta que esta alavancagem adicional deverá gerar «alguma tensão no médio prazo e impactos nos próximos anos». O aumento de taxas e dos défices dos países são dois exemplos.
Neste cenário, o CEO da Colonial acredita que a «dor maior virá da saturação económica e não tanto da saturação financeira». E, por isso, sublinha que devemos prestar «mais atenção à saúde económica dos clientes e o seu impacto nas rendas, e não tanto à posição financeira das empresas ou dos países».
Resposta à crise deverá ser individual
Se agora é possível determinar impactos generalizados para os segmentos do imobiliário – com o retalho e a hotelaria a apresentarem uma elevada volatilidade, enquanto os escritórios e a logística se mantém «fortes» -, daqui em diante as diferenças entre as classes de ativos deverão ser mais evidentes.
Para Pere Vinõlas, «as respostas serão diferentes consoante as características individuais de cada ativo e de cada empresa» e, por isso, no futuro «haverá mais diferenciação dos impactos sobre as diferentes categorias de ativos».
Sobre o cenário futuro, o CEO da socimi Colonial acredita que esta situação irá reverter-se e está convicto que «a recuperação dar-se-á, embora vá demorar mais algum tempo do que o inicialmente esperado».