Numa sessão especialmente dedicada ao papel do alojamento local na reabilitação urbana, o diretor da Ci avançou que este número é ainda cerca de metade do registado em Lisboa. E que, no último ano e meio, foram licenciados 129 hotéis em Portugal, o que atesta o bom momento turístico no qual estes novos alojamentos vão surgindo.
Eduardo Abreu, Managing Partner da Neoturis, avançou na mesma sessão que, em termos de procura, entre 2013 e 2016 o alojamento turístico na cidade do Porto registou um aumento de cerca de 1.500 cama e 750 quartos, sendo que «o mercado do alojamento local tem mostrado uma grande evolução, com crescimentos na ordem dos 100% ao ano». A maior concentração destas unidades verifica-se no centro histórico, na zona da baixa, Sé e Rua de Santa Catarina/Bolhão.
Alojamento local é «um dos pilares da reabilitação do edificado»
O alojamento local «foi e é um dos pilares importantes da reabilitação do edificado», e a cidade do Porto é exemplo disso. É esta a opinião de Paulo Valença, diretor de Planeamento e Gestão Operacional da Porto Vivo SRU.
Falando nesta conferência da Semana da Reabilitação Urbana, explicou que o turismo foi «naturalmente e por consequência uma alavanca determinante para a reabilitação urbana do centro histórico e da baixa do Porto». Centro histórico este que «quer-se equilibrado de funções, com residentes e com turistas, fazendo jus à cidade cosmopolita e aberta que o Porto sempre foi».
Este responsável lembrou que em 45 anos o centro histórico do Porto perdeu 70% dos seus residentes, são agora menos 40% desde o início do século, essencialmente não recenseados, estudantes, jovens ou estrangeiros, e daí o papel do alojamento local na dinamização e recuperação destes espaços.
Paulo Valença acredita que o alojamento local carece de maior regulação, «maior exigência na inscrição como alojamento local, não bastando a inscrição na plataforma do Ministério da Economia». Partilhou também na Semana da Reabilitação que se deve «impedir a sobreposição de habitação e alojamento local num mesmo acesso vertical», e a importância de definir zonamentos.