Tal como em Lisboa, também no Porto a disponibilidade de espaços de escritórios que respondem aos requisitos da procura é baixa. Atualmente o mercado de escritórios do Porto, que integra os concelhos de Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Maia, contabiliza cerca de um milhão de metros quadrados de espaços empresarias. O Marketview ‘Mercado Imobiliário do Porto’, desenvolvido pela CBRE, explica que «devido à reduzida disponibilidade», a renda prime na principal zona empresarial do Porto (Boavista) «aumentou 4% para 14,00€/m2/mês, em 2017, face a igual período do ano passado», sendo que «nas restantes zonas empresariais do Porto e nos concelhos confinantes a renda prime varia entre 10 e 12,5€/m2/mês».
Para 2018, a consultora imobiliária aponta o impacto da abertura de novos edifícios de escritórios, destacando o Urbo Business Center, em Matosinhos, com uma área de 13.500 m2 e a expansão do Centro Empresarial da Lionesa em mais 50.000m2.
Comércio de rua está cada vez mais na moda
A abertura de novas lojas no Porto segue a «bom ritmo», assinalou Francisco Horta e Costa, diretor geral da CBRE, durante a sessão de apresentação do Marketview ‘Mercado Imobiliário do Porto’, no dia 12de outubro, acrescentando que «o principal motor desta dinâmica é o turismo». «O Porto está efetivamente no radar do turismo, o que se reflete no reconhecimento da cidade como o Melhor Destino Europeu 2017, um prémio que já tinha sido atribuído em 2012 e 2014».
A rua de Santa Catarina e a zona dos Clérigos continuam a ser as localizações com maior movimento pedonal e com maior procura pelos retalhistas no Porto, enquanto o eixo Rua das Flores/Largo de S. Domingos/Mouzinho da Silveira atrai um número crescente de espaços de restauração e bebidas. Entre janeiro e setembro, a renda prime na Rua de Santa Catarina manteve um valor de 45€/m2/mês, o que representa uma subida de 30%, face ao terceiro trimestre de 2016. «A CBRE prevê uma nova subida da renda prime, impulsionada pela reduzida disponibilidade de imóveis e a colocação no mercado de espaços de melhor qualidade», sublinha o Marketview ‘Mercado Imobiliário do Porto’. No futuro, a CBRE estima que a Avenida dos Aliados, uma das principais artérias do Porto, seja considerada a próxima zona prime de comércio da cidade. «Acreditamos que devido às transações e remodelações de diversos imóveis, nos últimos dois anos, serão criadas oportunidades para atrair marcas premium e de luxo para a Avenida dos Aliados», avançou Cristina Arouca, diretora de research Portugal da CBRE.
De acordo com Marketview ‘Mercado Imobiliário do Porto’, também no mercado de logística há falta de stock, contudo a CBRE assinala o impacto da relocalização da Jerónimo Martins responsável pelo aumento do espaço livre no Grande Porto, no qual a taxa de disponibilidade, de apenas 2%, aumentou para 5%. No que diz respeito às rendas, estas mantiveram-se estáveis em todas as zonas do Grande Porto, situando-se nos 3,50€/m2/mês.
CBRE aponta para o arranque de novos projetos
«Tendo em conta o aumento significativo de procura de localizações no Porto, acreditamos que até ao final do ano, surjam outros investimentos em terrenos de grande dimensão», referiu Luís Mesquita, business developer da CBRE Porto.
A presença de Luís Mesquita, e da sua equipa, no Porto assinala o regresso da consultora à cidade. «Nos últimos anos mantivemos a nossa atividade, acompanhamos muitos negócios aqui no Porto, mas sem uma presença física. Desde maio deste ano, o Luís Mesquita e a sua equipa estão a assegurar essa presença», anunciou Francisco Horta e Costa.