Numa entrevista ao Negócios, Luís Lima revela que «neste momento, vendem acima daquilo que eu considero que seria o valor justo. Já é uma mais-valia». Explica que «nos últimos dois anos, o setor do imobiliário teve um crescimento superior a 50%, ao nível das transações. E, para este ano, prevejo um crescimento superior a 25%. Mas não vamos ter mais as transações que tínhamos em 1997. E é bom que isso não volte a acontecer, porque o país não tem dimensão para esse número tão grande de transações».
Na sua opinião, e apesar do bom comportamento do mercado, muito alavancado por uma boa relação com o turismo, «a doença não está completamente curada, ainda temos algumas zonas, ao nível de periferias, com excesso de ‘stock’». Certo é que «o imobiliário fideliza o turismo e a receita para a economia é maior. Acabou por ser uma união de facto que é positiva para os dois», acredita.
Com a inflação de preços em algumas zonas do país, começa a ser questionado um futuro cenário de bolha imobiliária, mas Luís Lima acredita que esse cenário não acontecerá em Portugal, além de eventuais «pequenas bolhinhas» em determinados sítios, cenário que implicaria «uma renovação de stocks».
E com a procura a reduzir, lembra que «é bom que haja entrada de stocks para saciar jovens, pessoas com menos recursos, classe média, porque o mercado já não os consegue saciar», para que o mercado atinja um equilíbrio.