Segundo as contas da Cushman & Wakefield, o capital estrangeiro pesa mais de 80% deste montante, e este valor é já superior em 15% ao volume transacionado em 2016, na ordem dos 1.300 milhões de euros, o segundo valor mais alto registado em Portugal.
Confirma-se, assim, o interesse crescente no mercado imobiliário português, que se tem vindo a acentuar ao longo do ano. O contexto pauta-se por um fluxo crescente de capitais alocados ao setor imobiliário (a nível global), o que tem vindo a pressionar o mercado com níveis recorde de liquidez, e os investidores encontram em Portugal uma boa relação qualidade/preço. Além disso, registam-se boas performances dos mercados ocupacionais.
Mais de 20% do investimento foi aplicado no setor industrial, volume muito influenciado pela aquisição do portfólio de logística da Blackstone pelos chineses da CIC, o maior negócio até à data (260 milhões de euros). 40% foi alocado ao retalho, 37% aos escritórios, e 2% ao setor hoteleiro.
O investimento não é o mesmo do início da retoma do mercado de 2014, a origem dos capitais é cada vez mais diversificada em termos geográficos e de tipo de investidor. Por outro lado, cada vez mais são transacionadas carteiras de ativos, de que também é exemplo a venda do Forum Coimbra e Forum Viseu pela CBRE GI à Green Bay, por 220 milhões de euros. Este ano, segundo a C&W, mais de 30% do capital investido é proveniente da China e da África do Sul, origens que eram praticamente inexistentes no nosso mercado no passado.
Perante este cenário, a C&W prevê que no fecho deste ano se registe um novo recorde histórico, principalmente tendo em conta as operações em pipeline, que superam os 3.000 milhões de euros, podendo mesmo ultrapassar os 2.000 milhões de euros investidos, mais 60% que no ano passado.