“Flex offices” são «uma mudança estrutural»

“Flex offices” são «uma mudança estrutural»

 

Este responsável falava durante uma apresentação sobre o tema, parte da conferência “Tendências do Mercado Imobiliário 2018”, organizada pela CBRE e pelo Expresso. O especialista alerta que «os proprietários já querem entrar neste mercado, já não consideram que seja uma má escolha ter espaços temporários», até porque «atualmente, a procura por espaços mais pequenos vai para os espaços flexíveis». Acredita que é uma tendência que «vai existir durante muito tempo, mudando fundamentalmente a ocupação».

«Esta ideia terá 20 ou 30 anos. Surgiu agora por questões económicas e por mudanças de comportamento e atitude, a par da tecnologia», explica. Dando o exemplo de Londres, o maior mercado de coworking do mundo, «os centros de espaços temporários não abrem rápido o suficiente para acompanharem a procura, já abrem cheios. A procura está lá, é como se fosse um iceberg».

Os principais interessados são as chamadas “knowledge industries”, que seguem «um fascínio com as startups, que são seguidas pelo segmento mais corporate, como é o caso da Amazon ou da Google». E estes espaços são atrativos, por um lado, pela redução de custos a nível do posto de trabalho. Por outro, pela flexibilidade, nomeadamente em termos de rendas: «é por isso que Londres é o maior mercado, pois tradicionalmente as rendas são incrivelmente longas, e as empresas querem flexibilidade».

Peter Victor prevê que o apetite por este tipo de espaços aumente nos próximos anos, «apesar de ter começado com pequenas empresas. Vai ter uma adesão massiva por parte das grandes empresas em todo o mundo». E por isso mesmo «há oportunidades para os proprietários, que devem estar interessados em encontrar ocupantes flexíveis, e podem ter um mix de ocupantes tradicionais e flexíveis no mesmo edifício».

Exemplo de grande empresa que opta por este sistema de trabalho é a Johnson & Johnson, que na sua nova sede no Lagoas Park terá uma ocupação semelhante, «seguindo um conceito de flex space, sem gabinete ou espaço individual», mantendo-se os espaços privados para quando necessário, explica Filipa Mota e Costa, diretora geral da Janssen Pharmaceutical Company of J&J, uma das convidadas desta conferência.

Por outro lado, Jorge Valdeira, Country Manager da Regus, atesta o crescimento da empresa em Portugal, depois de mais de 25 anos de experiência na área dos espaços flexíveis: «estamos numa fase de aceleração. Nos últimos 2 anos duplicámos a nossa rede, e estamos com 12 centros em Portugal». Salienta que «se hoje em dia fizermos um arrendamento para 10 anos, é certo que vamos estar desadequados daqui a 5 ou 10 anos, o espaço nunca está certo, e a mobilidade é importante». Em breve, a empresa inaugura o seu primeiro espaço do conceito Spaces.