Destaque para a conferência “The Magic Circle of Retail”, organizada pela AECC – Associación Espanhola de Centros y Parques Comerciales, que aconteceu a 15 de novembro. De acordo com os participantes neste debate, os promotores de centros comerciais precisam de criar uma experiência de compra divertida, pois o puro impulso de compra não é o mesmo que era. A chave é «experiência, experiência, experiência», na opinião de Jorge Alonso, Design Architect & Planner da Chapman Taylor. Contudo, admite que «não sabemos ao certo o que vai acontecer no futuro, pois a forma como se compra está a evoluir e muda muito rápido».
Fernando Tendero, do Grupo Vips, atesta que «os novos centros comerciais que estão a surgir em Espanha estão a pensar nas suas áreas de lazer e restauração, estão a tentar atrair pessoas para estas áreas porque estão preocupados com o e-commerce. Acreditam que uma das grandes mais valias dos centros comerciais podem ser a restauração e o lazer. Estamos numa posição boa para fazer estas decisões nestes novos centros comerciais», bem como nas expansões.
Da mesma opinião é Victor Fernandez, Asset Manager da Merlin Properties, segundo o qual também a Merlin está a apostar nas áreas de lazer e de restauração em Espanha. Nos seus novos centros, «temos a oportunidade de começar do início».
Já Carlos Pilar, Business Development Director da Carmila Spain, acredita que «é necessário criar algo diferente nos novos projetos (de raiz ou expansões), como inovação, tecnologia e novas experiências, oferta diferenciada de restauração, aroma branding, áudio branding, tentando interagir o máximo com os visitantes. A ideia é criar este tipo de inovação e novas experiências para os clientes, pois no fim do dia, a oferta é essencialmente a mesma».
E o online não é sempre visto como um inimigo. Para a HEMA, representada no debate por Richard Flint, International Director, é um complemento: «apoiamos os clientes que exploram o nosso site, que interagem nas redes sociais, e incentivamos a visitar as lojas onde podem satisfazer as suas necessidades, mesmo que já tenham comprado online. A decisão de abrir novos espaços físicos parte, na realidade, daquilo que os clientes nos dizem online», explicou.
Destaque ainda para o boom turístico que se assiste a nível global, questão também debatida nesta ocasião, e que também tem impacto indiscutível nos centros comerciais, que deve ser conhecido. Para Alfonso Garcia, da Theleisureway, há que «fomentar a inovação e a experiência para que também os shoppings sejam destinos de turismo obrigatórios».
Este tema, e principalmente a área de F&B, é um dos principais highlights do MAPIC este ano, mesmo porque «um terço dos consumidores afirma que só visitam os centros comerciais para comer ou beber. Os serviços de restauração estão a transformar os centros comerciais em centros de convívio e lifestyle, e os estudos mostram que quem come ou bebe permanece mais tempo no centro, e consome cerca de 18% mais», explica a diretora do certame, Nathalie Depetro, à VI. «Os consumidores querem que a sua experiência de compra no centro comercial seja fácil, agradável e mesmo memorável».