«Há hoje uma dinâmica e otimismo únicos no Grande Porto», referiu Filipe Lopes, head of Porto, da Cushman & Wakefield, que falava na tarde do dia 27 de junho, na Casa do Infante, durante a apresentação do primeiro Marketbeat do Porto.
E se há setor que não só no Porto, mas em todo o país, segue a um ritmo acelerado é o residencial. «Desde 2016 que o valor médio das freguesias do centro histórico ultrapassou a Foz, zona residencial prime da cidade», contou Marta Costa, head of research & consultoria da Cushman & Wakefield. De acordo com a análise feita neste estudo «no final de 2017, os preços médios de produto residencial no centro histórico situavam-se nos 2.129 €/m2/mês e na Foz nos 2.025 €/m2/mês. As restantes zonas da cidade praticam todas elas valores médios inferiores aos 2.000 €/m2/mês». A subida dos valores praticados é fácil de explicar «escassez de produto aliada a uma procura muito acentuada por nacionais, mas também, e cada vez mais, estrangeiros», referiu.
Outro setor que segue em alta é o turismo. «Os indicadores de operação dos estabelecimentos hoteleiros do Grande Porto revelam o bom momento do mercado», disse Marta Costa. De acordo com os números publicados no Marketbeat Porto «no final de 2017 as taxas de ocupação nos hotéis de 4 e 5 estrelas situavam-se nos 76% e 70%, respetivamente. Entre 2013 e 2017 os preços das unidades hoteleiras da região subiram em média 55%, com os hotéis de 5 estrelas a registaram o aumento mais significativo, de 64%».
Até 2022 deverão ser inaugurados 22 novos projetos hoteleiros na região do Grande Porto
Há já 130 unidades hoteleiras, num total de 8.900 quartos, e «um crescente interesse dos operadores já instalados que apostam no crescimento da sua rede, mas também de novas marcas que querem entrar no mercado português», por exemplo, a Catalonia Hotels & Resorts que vai abrir a sua primeira unidade em Portugal. A esta data são já conhecidos para a região 22 novos projetos, com mais de 2.000 quartos, com abertura prevista até 2022.
O tradicionalmente muito forte mercado de retalho do Grande Porto regista, desde 2014, uma nova dinâmica com o comércio de rua a crescer significativamente. «As zonas da baixa e dos Clérigos são os que contam com o maior dinamismo, e em que a restauração é a protagonista». As rendas prime na Rua de Santa Catarina evoluíram desde 2014 mais de 80%, situando-se hoje nos 72,5 €/m2/mês. A zona dos Clérigos é o segundo destino de rua mais valorizado do Porto, com rendas prime na ordem dos 50 €/m2/mês.
Há 150.000 m2 de escritórios em pipeline distribuídos por 10 projetos
«Desde 2015, o volume médio de procura de escritórios no Grande Porto estima-se entre os 30.000 e os 40.000 m2, mas para este ano espera-se um aumento muito considerável, estando já contabilizados no primeiro trimestre 30.000m2 de ocupação», contou Marta Costa. O grande impulso neste setor tem sido dado pelas empresas multinacionais. As rendas prime são praticadas na zona da Boavista e cifram-se em 16,5 €/m2/mês.
Setores industrial e de escritórios têm o maior potencial de subida de rendas
A Cushman & Wakefield tem em curso uma análise ao mercado industrial do Grande Porto que aponta, em números preliminares, para um total de 13 milhões de m2, uma oferta superior à de Lisboa. No eixo Maia/Via Norte, localização prime, as rendas variam entre os 3,5 e os 3,75 €/m2/mês, valores que «tenderão a subir», referiu Marta Costa, que aponta a maior atividade no mercado e a escassez de oferta.