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"Pulsar": uma estratégia de desenvolvimento para projetar a marca Porto

"Pulsar": uma estratégia de desenvolvimento para projetar a marca Porto
Créditos: Carlos Costa

Com o objetivo de alavancar o Porto para um novo patamar de competitividade e atratividade, mobilizando para o efeito um investimento de 600 milhões de euros até ao final da década, o Município do Porto apresentou a estratégia "Pulsar" no último dia da Semana da Reabilitação Urbana do Porto.

Com o mote “Pulsar – O desafio do Norte liderar o seu destino. A oportunidade de uma fileira da construção sustentável”, debateram-se temas como quais são as metas e como operacionalizar esta grande ambição, numa altura em que a colaboração entre os Municípios é uma premissa essencial. A sessão foi organizada pela Câmara Municipal de Matosinhos, pela Câmara Municipal do Porto, pela Predibisa e pela VI.

"Pulsar"

Ricardo Valente, Vereador do Pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto, apresentou e contextualizou o "Pulsar", a nova estratégia de desenvolvimento económico da Câmara Municipal do Porto. «O tema pulsar diz tudo, queríamos medir o pulso à região. Nunca na cidade tinha sido feito um trabalho de auscultação daquilo que são os ensaios das entidades públicas, assim como as privadas».

O vereador refere que se pretende «construir um plano médio e longo prazo do ponto de vista de cidades e na perspetiva de todos os stakeholders que fazem parte desta cidade, com quatro grandes mensagens: liderar pelo exemplo e ser exemplar; projetar a marca Porto; transformar a lógica de desenvolvimento de uma lógica quantitativa para uma lógica qualitativa; fazermos benchmark do ponto de vista internacional».

Créditos: Carlos Costa
Créditos: Carlos Costa

Neste trabalho abordou-se assim «tudo aquilo que está ligado à economia: atração de investimento e questão do talento, que são as questões fundamentais do ponto de vista da cidade do Porto», refere. Resultaram pontos fulcrais transversais, entre os quais, «projetar ainda mais o Porto e a região envolvente, algo que já acontece com a parceria “Greater Porto”; transformação digital, valorização da sustentabilidade e qualidade de vida; trabalhar em rede e aumentar o network; contratar e reter talento; reduzir a gap de valorização económica em alguns setores», indica o vereador.

Em termos de projetos do "Pulsar", a ativação da estratégia até 2035 traduz-se na concretização de 10 projetos, subdivididos em 28 componentes, que representam um investimento de 628 milhões de euros, assinala Ricardo Valente.

Evolução do mercado imobiliário do Grande Porto

Ana Jordão, responsável pelo departamento de empreendimentos da Predibisa, e Joana Lima, Downtown Office Director na Predibisa, deram um panorama da evolução do mercado imobiliário do Porto, designadamente a partir de 2016.

Joana Lima indica que «a criação das ARUs foram impulsionadores desta evolução, dado os benefícios fiscais naquele período, designadamente o IVA a 6%, a isenção de IMT e IMI: isto potenciou um grande investimento no setor da reabilitação, que se estendeu também a Gaia e Matosinhos». Em 2013, refere que também houve uma «mudança na abordagem do turismo de Portugal, na forma de vender o Porto, passou a haver muita estatística, medições e começaram a apostar muito na promoção online».

Joana Lima reitera ainda que «a qualidade dos recursos humanos, a enorme valorização do parque imobiliário de escritórios e a importância da indústria na região norte são fatores preponderantes na atração de investimento estrangeiro», acrescentando que a «própria história do Porto tem contribuido para esta dinâmica imobiliária crescentes nos últimos anos».

Evolução da dinâmica de licenciamento do Grande Porto

Com base nos dados recolhidos pela Confidencial Imobiliário, Ana Jordão abordou a evolução da dinâmica de licenciamento do Grande Porto. Em 2021, indica que «a maior parte de certificados energéticos, em 2021, foram emitidos para novas construções, podemos constatar assim o seu peso no último período». Entre 2016 e 2020 temos uma evolução da dinâmica de licenciamento do Grande Porto. Em 2021, «a quebra justifica-se pelos efeitos pós-covid, que trouxeram consequências como a quebra na cadeia de matérias primas e alguma instabilidade nos custos de construção».

A responsável constata ainda a «evolução crescente no número de negócios de investimento acima dos 10 milhões de euros, entre 2016 e 2021, com exceção do ano de 2020».

Mesa-redonda de debate

Créditos: Carlos Costa
Créditos: Carlos Costa

Marta Pontes, Vereadora do Pelouro do Desenvolvimento Económico, Comércio e Turismo da Câmara Municipal de Matosinhos, considera que «é muito importante que a discussão deixou de ser discutir o que está dentro dos nossos limites, e passou a ser discutir sobre o que está na região, como é que nos entendemos e partilharmos uma visão conjunta. Promover a cooperação municipal, é exatamente assim que deve ser feito».

Para a vereadora, «o ponto que estamos nas discussões é: temos um determinado quadro de problemas, que se afasta muito do quadro de problemas que tínhamos há 10 anos. Para o reflexo na nossa economia é muito bom estarmos a discutir o tipo de problemas e o tipo de desafios, que, por exemplo, o "Pulsar" nos apresenta».

Recorda também que «no Porto, em Matosinhos, em Gaia, na Maia, temos diversas estruturas de saúde, desporto, cultura, que fazem com que as pessoas queiram investir, vir para cá viver e que no fundo se sintam muito bem quando cá estão. Temos um território muito atrativo e temos os desafios de gerir isto de sermos tão atrativos enquanto região».

"A habitação é o tema do momento"

Para Rui Ávila, Board of Directors do GFH-SGPS, «a habitação é o tema do momento a nível nacional. Há muito por fazer face à procura desmesurada que existe. Seria difícil não dar prioridade a este setor do imobiliário, porque de facto é aquilo que nos pedem».

Rui Vacas, Real Estate Director (North) da Nhood Portugal, revela que «queremos expandir o nosso negócio, adicionar outros usos ao nosse core business que são os centros comerciais. Queremos também criar um edifício emblemático no Porto». Para o responsável, «temos de ouvir aquilo que é pedido não só no Porto, mas também nos outros municípios à volta, pois aquilo que se passa no Porto vai afetar todos os outros».

Hermano Rodrigues, Principal, EY-Parthenon da Ernst & Young, refere que na estratégia "Pulsar" «procurou-se mobilizar as pessoas e o seu conhecimento: no Porto e em toda a envolvente regional Porto. No fundo, tentou-se perceber o que é que pode ser este território no futuro».

Ricardo Valente, Vereador do Pelouro da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto, reforça que o "Pulsar" é «um convite à apresentação, a fazer um exercício que nunca foi feito. O Pulsar vai andar ao lado daquilo que a Câmara faz. Este plano vai passar a ter uma versão 2.0, no sentido que ela vai começar a ser operacionalizada. Queremos construir um plano que melhore a vida dos cidadãos, das empresas, das pessoas que nos visitam, dos nossos estudantes e das nossas instituições».

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