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Indústria assume papel relevante na promoção da inovação e sustentabilidade

Indústria assume papel relevante na promoção da inovação e sustentabilidade
Créditos: Carlos Costa

A inovação, a sustentabilidade e o financiamento estiveram em destaque no último dia da Semana da Reabilitação Urbana do Porto, com a conferência “Inovação e Sustentabilidade – Os novos materiais e a certificação ambiental no financiamento”. A indústria do imobiliário e da construção reconhece a inovação e a sustentabilidade como fatores essenciais para a produtividade e geração de riqueza, assim como os requisitos acrescidos na certificação ambiental, condição essencial no acesso ao financiamento a custos reduzidos.

Maria Santos, Diretora da A400Green, contextualizou o trabalho que a empresa tem realizado no âmbito da sustentabilidade e certificação ambiental. A empresa que se foca na integração da Engenharia nos conceitos fundamentais da Sustentabilidade, criando impacto positivo no ambiente, tem «trazido para dentro de casa todos estes princípios da sustentabilidade», salienta Maria Santos, referindo que «estamos a trabalhar com certificações desde a parte ambiental, ao green ao LEED».

A Diretora da A400Green salienta ainda a importância de «estarmos em linha com a taxonomia europeia, que será obrigatória para a maioria das empresas» e que de facto «existe uma grande vontade das empresas em certificar os edifícios». Este alinhamento com a taxonomia vai «criar visibilidade e transparência para os investidores, permitindo-lhes adquirir conhecimentos sobre quais os investimentos que terão um impacto ambiental positivo», indica.

Como a indústria está a responder às exigências de sustentabilidade?

Ricardo Vieira, Managing Director da Reynaers Aluminium, apurou, com base na experiência da Reynaers Aluminium, qual é o comportamento que a indústria está a ter face a estas exigências de sustentabilidade. A empresa pretende contribuir de forma ativa para a construção de produtos que sejam sustentáveis: «expandindo a certificação do desempenho térmico; integrar todos dados de sustentabilidade nas nossas ferramentas digitais; guiar parceiros para uma abordagem holística à sustentabilidade».

Ricardo Vieira atentou ainda para o facto de os materiais de construção representarem 47% do consumo global de materiais, por peso, da UE: «o aumento da circularidade destes produtos pode reduzir significativamente o impacto ambiental».

Mesa-redonda de debate

Créditos: Carlos Costa
Créditos: Carlos Costa

Nuno Fonseca, Delegado da Zona Norte da SANJOSE Constructora, revelou que «enquanto construtora, as nossas preocupações prendem-se também com a certificação da nossa empresa, tentando fazer a maior otimização possível dos resíduos que a nossa atividade gera». Constatou que de momento «é urgente» pensarmos «no ciclo de utilização dos materiais, utilizarmos materiais que sejam amigos do ambiente, de forma a diminuirmos o nosso impacto ambiental».

Pedro Couto, Holding Fund Officer - Portugal do Banco Europeu de Investimento, aponta para a prioridade que o BEI tem em reforçar as suas atividades de apoio à ação climática: «a luta contra as alterações climáticas vai receber 30 % dos fundos da UE, a maior percentagem de sempre do orçamento europeu». O programa InvestEU, adotado em março de 2021, está envolto em quatro domínios de intervenção: infraestruturas sustentáveis; investigação, inovação e digitalização; PME; investimento social e desenvolvimento de competências. «O programa vai mobilizar 372 mil milhões de euros de investimento adicional entre 2021 e 2027», refere.

Créditos: Carlos Costa
Créditos: Carlos Costa

Pedro Tomás, Técnico Comercial do Grupo Fassa Bortolo, indica que atualmente o grupo está a investir em painéis solares «no nosso centro de produção na Batalha, na forma como os nossos produtos são expeditos até às obras e também na formação das pessoas, no sentido de darmos a melhor solução às pessoas do que devem ou não implementar num determinado edifício».

“A inovação é o primeiro critério”

Ricardo Vieira, Managing Director da Reynaers Aluminium, salienta que a empresa de investigação e desenvolvimento tem a «inovação como primeiro critério quando desenvolvemos um determinado produto». Atenta ainda para o facto de a sustentabilidade não ser «apenas conforto térmico» e que «vai muito além disso».

“As empresas querem um espaço onde as pessoas se sintam confortáveis em estar”

Nuno Fideles, Associate Architect | BREEAM AP & Sustainability Consultant da Savills, afirma que «a procura hoje, bem como os preços de mercado, refletem que de facto as empresas querem um espaço onde as pessoas se sintam confortáveis em estar», por isso, é fundamental que estas «cumpram com os critérios», se não correm «o risco de o edifício ficar fora do mercado». O representante da Savills indica ainda que «apenas 2 a 4% da certificação ambiental são em residenciais», contudo as pessoas «estão a ganhar esta consciência de ter edifícios cada vez mais sustentáveis».

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